sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Veículos não respeitam canteiros centrais em vias


Com as obras da construção dos dois túneis de acesso ao shopping Iguatemi, no bairro Cocó, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) instalou gelos baianos. O objetivo era impedir o funcionamento de alguns dos retornos para dar mais fluidez ao trânsito da avenida Coronel Miguel Dias. Os obstáculos, entretanto, de nada se prestaram aos objetivos. Seja por cima dos canteiros centrais, seja afastando o gelo baiano, carros e motos continuam realizando o retorno nos locais proibidos.

A cena pode ser facilmente visualizada em três áreas de Fortaleza que O POVO visitou durante a manhã de ontem. Na Miguel Dias, bastaram 15 minutos para perceber que motociclistas passam entre o canteiro central e o gelo baiano, que foi derrubado. A própria população decidiu criar sua intervenção. “A gente que colocou essas pedras no meio-fio (canteiro central), que era para ver se diminuía a quantidade de carros que passavam por cima”, conta Jocélio Araújo, funcionário de uma revendedora de carros na rua. O garçom Jaú Almeida, 20, faz coro. “Eles podem causar acidentes.”

Na maior parte das vezes, a desculpa usada é o tempo. Em outras, a responsabilidade é jogada para a distância até o retorno permitido. “Para cruzar a avenida, teria que andar muito. O retorno é uma volta grande. Quando tinha carro 4x4, eu fazia, sim”, justifica, sem timidez, a corretora de imóveis Mari Araújo, 26. Ela se refere ao cruzamento da avenida Senador Virgílio Távora com a rua Carolina Sucupira. Lá, o canteiro central é gasto pela quantidade de vezes que foi passado por veículos. Por outros 20 minutos que a reportagem esteve no local, quatro motos e três carros foram vistos passando por cima do canteiro.

Funcionário de uma loja, Lucas Alves, 19, diz que a situação piora no horário de pico. “Quando dá seis horas da noite, começa a sessão de buzina sem fim. Porque uns motoristas ficam esperando para fazer o retorno irregular e congestiona mais ainda”, conta. No momento da entrevista, um motoqueiro cliente da loja faz o caminho correto: realizando o laço de quadra. “Isso é porque ele escutou a nossa conversa. Todo dia ele vem e pega o caminho errado.”

Na Senador Virgílio Távora, esquina com Henriqueta Galeno, a cena se repetia: motoqueiros sem paciência (e consciência) de realizar o laço de quadra logo ali na esquina com a rua Beni de Carvalho.

O presidente da AMC, Ademar Gondim, informa que os agentes de trânsito têm como prioridade de trabalho a orientação dos veículos em casos de obras e ocorrência de acidentes. “A maioria das infrações, eu diria que 99% delas, as pessoas que cometem têm consciência de que estão fazendo algo errado”, aponta, acrescentando que, se fosse colocado um agente nesses pontos, a quantidade de infrações diminuiria significativamente.

Mesmo sabendo da necessidade de ampliar a fiscalização, Gondim constata que, com a grande quantidade de intervenções na Capital, sobram poucos agentes para outros tipos de fiscalização. “Temos muitas obras em andamento, do Metrofor, Transfor, Cagece, Drenurb, obras da Copa. E o nosso efetivo é muito pequeno”, reconheceu.

A assessoria de imprensa da Secretaria Executiva Regional (SER) II pontuou que deve enviar uma equipe técnica até os dois trechos da avenida Senador Virgílio Távora para verificar a situação. Uma obra de reestruturação de todo o canteiro central da via está na fase de final da licitação e será analisada a necessidade de haver uma reforma da área antes do início das resconstruções.

ENTENDA A NOTÍCIA

A grande quantidade de obras ocorrendo simultaneamente em Fortaleza deixa sobrecarregados os agentes da AMC, segundo o presidente da autarquia. Com efetivo reduzido, fica inviável que a AMC possa fiscalizar as diversas infrações.

Serviço 
Para denunciar canteiro central quebrado ou desgastado, entre em contato com o Fala Fortaleza
Telefone: 0800 025 2302
O reparo é feito com cada Secretaria Executiva Regional
Angélica Feitosaangelica@opovo.com.br

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